Greve: direito é pra ser usado

Hoje, às 14 horas, os servidores do Judiciário Federal de Brasília irão debater e decidir em Assembléia se entram ou não na Greve que iniciou dia 6 e vem crescendo em todo o país. A entrada de Brasília na Greve vem sendo aguardada com certa ansiedade pelo
resto do Brasil.
 
O que acontece com o movimento se Brasília entrar ou se não entrar? Em que isto afeta a Greve nos outros estados?
 
Se Brasília entrar, reforça bastante nosso movimento e dá mais visibilidade para a Greve, principalmente na capital federal, onde as coisas se decidem. Se Brasília não parar, precisaremos dar mais visibilidade à Greve em todo o país com manifestações em todos os estados. Ou seja, neste caso, igual ao primeiro, devemos continuar fazendo a Greve crescer para resolver de uma vez a questão, antes que chegue o recesso parlamentar.
 
Quando fazemos uma Greve nacional como esta, cada estado deve fazer a sua parte o melhor que puder. Esta é a responsabilidade que nos cabe. Aqui e agora, temos que fazer a Greve de Santa Catarina o melhor que pudermos, fazer com que ela se amplie até que, somada aos outros estados, façamos os detentores do Poder saber que só voltaremos ao trabalho com o PCS aprovado.
 
E para fazer nossa Greve devemos enfrentar desde já algumas tentativas explícitas de assédio moral materializadas em ameaças de destituição de FC de quem aderir ao movimento, por exemplo. Além de assédio moral, tal atitude é um ataque frontal ao direito de Greve, agora legalmente regulamentado, portanto defensável judicialmente sem qualquer dúvida, ainda que seja cometido por um membro do Poder Judiciário que, como qualquer outro cidadão, não está acima da lei. Ao contrário, por conhecer a lei em profundidade em razão de sua função na sociedade, o juiz não poderá se escusar de cumpri-la por nenhuma razão. Se o fizer, estará sendo indigno do cargo que ocupa podendo ser denunciado, processado e punido.
 
O presidente do STF está de volta ao Brasil depois de uma semana em Portugal numa reunião de Cortes Supremas de países de língua portuguesa. O Comando de Greve em Brasília trabalha estratégias para forçar uma entrada em campo de Peluzzo junto ao mais alto escalão do governo para superar a enrolação das discussões técnicas.