Cidade argentina proíbe a venda de Coca-Cola

Por Imprensa

A venda dos refrigerantes da multinacional americana Coca-Cola está proibida há dois dias na cidade argentina de La Rioja por motivos tributários, disse ontem a imprensa local.

A proibição foi adotada porque a firma local Catamarca Rioja Refrescos se nega a pagar a “taxa de entrada” exigida para vender seus produtos na cidade de La Rioja, capital da província de mesmo nome, no nordeste do país. A empresa está instalada em Catamarca, uma província vizinha, e o município exige uma “taxa de entrada” de 30 centavos de peso (US$ 0,10) por litro das bebidas da multinacional.

Na terça-feira passada, a cidade de La Rioja permitiu a entrada de caminhões de transporte de Coca-Cola, mas com a advertência de que as bebidas seriam apreendidas se fossem distribuídas para venda. Anteontem, a entrada dos veículos foi proibida. Vira e mexe, a Coca-Cola se envolve em questões legais onde atua. Recentemente, a empresa foi acusada de ter se beneficiado indiretamente do uso de trabalho infantil em plantações de cana-de-açúcar em El Salvador.

Embora a Coca Cola não compre a cana diretamente destas plantações, suas engarrafadoras locais adquirem açúcar da maior usina salvadorenha, Central Izalco, e distribuem o refrigerante por toda a América Central. A legislação salvadorenha impõe a idade mínima para o envolvimento em trabalhos insalubres é 18 anos — e muitos consideram o trabalho em plantações de açúcar um dos mais perigosos empregos na agricultura. As leis, porém, geralmente não são cumpridas, em parte pelo fato de as crianças serem contratadas como “auxiliares”, o que não lhes dá direito às mesmas proteções aos trabalhadores adultos. Na Colômbia, os trabalhadores da Coca-Cola realizaram greve de fome contra o fechamento ilegal de quinze regiões produtoras.

Brasil

No Brasil, há poucos dias a Secretaria de Direito Econômico (SDE), vinculada ao Ministério da Justiça, instaurou processo administrativo contra a Coca-Cola Company, a Spal Indústria Brasileira de Bebidas (engarrafadora dos produtos da Coca-Cola) e contra o ex-funcionário da Spal Luiz Eduardo Capistrano. O objetivo da SDE é apurar se os investigados tentaram prejudicar os concorrentes no mercado de refrigerantes, por meio da criação de cláusulas de exclusividade com revendedores e fornecedores de matérias-primas e insumos. Suspeita-se, também, que as empresas e o ex-funcionário pressionaram seus fornecedores para que interrompessem as vendas para seus concorrentes.

Fonte: Portal Vermelho