Sindicalistas presos pela polícia em mais uma ação de criminalização dos movimentos sociais em Florianópolis

Quatro sindicalistas foram presos na manhã desta sexta-feira (15.06) durante ato em frente ao Pró-Cidadão, no Centro de Florianópolis. Segundo os manifestantes, servidores públicos municipais em greve desde terça-feira, 12, os trabalhadores organizaram um piquete em frente ao Pró-Cidadão para convencer outros trabalhadores a aderirem ao movimento. Alguns manifestantes entraram no prédio para conversar com os trabalhadores, quando foram surpreendidos por policiais militares, que invadiram o recinto e começaram a pancadaria. Vários vidros foram quebrados durante a ação, em mais uma prova da truculência da PM quando o negócio é reprimir movimentos sociais.
Os sindicalistas presos foram levados para o prédio da Central de Polícia, na rua Osmar Cunha, onde estão neste momento prestando depoimento. Segundo os trabalhadores que estão reunidos em frente à Central de Polícia, a intenção da polícia é caracterizar o flagrante por depredação do patrimônio público. A manobra é clara, e fica mais clara ainda quando se tem em mente que há todo o interesse do mundo em desviar a atenção dos graves fatos que estão vindo à tona na cidade com a Operação Moeda Verde, de licenciamentos irregulares para a construção em áreas de preservação na cidade, além da instalação de CPI para apurar esses fatos na Câmara de Vereadores.
Também não é mera coincidência o fato de estar sendo realizada hoje, a partir das 16 horas, no Fórum da Capital, audiência para ouvir o estudante Marcelo Pomar, do Movimento Passe Livre, pelas manifestações de 2005 contra as tarifas de ônibus em Florianópolis. Além de desviar o foco do ato que estava sendo preparado em frente ao Fórum, e de criminalizar um dos movimentos mais legítimos dos estudantes e trabalhadores, a Polícia e, por trás dela, os empresários e políticos comprometidos com os interesses desses empresários – quando não são eles os próprios empresários – querem concentrar em Marcelo Pomar a responsabilidade pelo Movimento Passe Livre, quando até as pedras da cidade sabem que esse é um movimento da população, que não quer ver a cidade nas mãos de poucos privilegiados.
A gravação da agressão e da prisão arbitrária dos sindicalistas será disponibilizada pelo Sintrasem no site do sindicato dos servidores municipais. Assim que tivermos acesso a ela, colocaremos as imagens no ar, na página do Sintrajusc. Até para que não se consolide apenas a versão da “grande” imprensa que, pelo que se viu nos telejornais do meio-dia, foram convenientemente editadas, jogando o movimento sindical mais uma vez na zona cinzenta da criminalidade.

Atenção!

Ato está sendo organizado para esta tarde em frente ao prédio da Central de Polícia. Quanto maior o número de manifestantes, tanto maior a pressão para liberar os trabalhadores injustamente presos. Não vamos esquecer também o ato contra a criminalização do Movimento Passe Livre em frente ao Fórum da Capital (Marmitão) nesta sexta feira, dia 15/06, às 16 horas.