Presidente do STF entra no jogo pelo PCS. Agora quem precisa entrar somos nós

O PCS não entrou na pauta da Comissão de Finanças e Tributação ontem, mais uma vez. Mas agora não foi por culpa do governo. Foi o presidente do STF, Ministro Ayres Britto, quem pediu aos deputados da Comissão que tirassem o projeto de pauta por duas semanas enquanto ele negociaria com o governo a aprovação do reajuste. À noite, em reunião com a Fenajufe, ele confirmou que tem se reunido com parlamentares e ministros, atacando em todas as áreas com vistas a garantir a aprovação. Britto disse que sente um clima favorável à negociação, mas não se reuniu ainda com a presidente Dilma. Hoje, em reunião com o vice-presidente Michel Temer, vai pautar o assunto. Desde antes de assumir, ele tem se reunido com a Fenajufe, sem hora marcada, sempre que necessário, e tem se mostrado empenhado na luta pelo PCS, mostrando postura bem diferente de seu antecessor.

A mudança é da maior importância para a nossa luta, MAS a política não se move apenas com boa vontade. As Greves que começam a pipocar por todos os lados envolvendo servidores das três esferas de poder em todo o país, além de várias categorias de trabalhadores do setor privado, mostram que só se avança com mobilização. A disposição para negociar é um ingrediente importante para um final feliz, mas a correlação de forças políticas é o fator determinante do resultado. Uma negociação sem mobilização pode dar em nada, como, por exemplo, no caso dos professores de universidades federais, que estão negociando sem mobilização por anos, fecharam acordo e o governo não cumpriu, obrigando-os a deflagrar uma Greve nacional por tempo indeterminado desde a semana passada.

Sem pressão, não há porque o governo liberar recursos para reajuste de servidores quando precisa tanto para obras da Copa, anistias a ruralistas ou isenções fiscais para as montadoras desovarem os estoques de automóveis sem abrir mão do seu lucro.

A mudança deste quadro não virá de mão beijada. Nunca veio. Vivemos no capitalismo, ou seja, num sistema no qual quem manda é o capital, não os trabalhadores. Não se trata neste momento de pregarmos uma revolução socialista, mas de conhecer o terreno onde pisamos para saber como devemos caminhar.

 

Enfrentamos a situação ou afundamos nos juros

Mais uma vez, como já fizemos tantas outras, vamos ter que nos mobilizar com coragem e determinação, enfrentando o que tivermos que enfrentar, sejam eles os que ganham com tudo isso, como as empreiteiras, os bancos, as montadoras e outros setores do capital, sejam os que se colocam a serviço deles para garantir que mantenham seus lucros, incluindo aí governos, muitos parlamentares e alguns órgãos do Judiciário que por vezes assumem postura de vassalagem diante do capital.

O resultado de uma Greve depende unicamente da força que ela conseguir formar. Se a negociação vai ser vitoriosa, se os dias parados serão negociados com justiça, se vamos superar os obstáculos, só depende da nossa vontade de parar o que estamos fazendo por um tempo para que nossa ausência seja notada, pois só assim nossa importância será reconhecida.

 

Na próxima quarta, uma preliminar

Na próxima quarta-feira teremos uma prova pequena e preliminar da atitude que pretendemos tomar para conquistar um justo, merecido e atrasado reajuste. No TRE a Reunião Setorial aprovou descer para a frente do Tribunal às 16 horas para a realização de um Ato até às 17 horas. Na Justiça do Trabalho, aprovamos na Assembléia de ontem a proposta de pararmos às 15 horas do dia 30 e descermos para a frente do TRT, onde realizaremos um Ato e uma Reunião Setorial na qual discutiremos uma proposta da Justiça do Trabalho para o próximo passo da mobilização e nossa participação no Ato do TRE, reforçando a pressão no ano eleitoral.