Veja como foi o Dia da Mulher em várias cidades do País

Mais de 60 entidades com representação feminina uniram-se para comemorar o Dia Internacional da Mulher na cidade do Rio de Janeiro. São ONGs, Secretarias de Mulheres de partidos políticos, sindicatos, associações de moradores, trabalhadoras rurais, quilombolas, que convocaram um ato na Cinelândia, a partir das 10 horas, para celebrar a data.

A programação incluía desde pequenas aulas públicas, apresentações artísticas, dança cigana e teatro do oprimido, manifesto e ato político, até a lavagem das escadarias da Câmara Municipal com água perfumada por representantes de tendas de Candomblé, e outros.

Nesta quarta-feira (9), a ministra Nilcéia Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, abre o 2º Encontro de Mulheres do Município, às 9h, no Centro de Artes Calouste Gulbenkian/Rio Mulher. O encontro vai abordar o panorama geral da situação da mulher no Brasil. A revisão da legislação punitiva para o aborto no Brasil é um dos temas polêmicos que deverá ganhar destaque .

A cidade de Niterói (RJ) programou um mês inteiro de atividades. No dia 1º, já se inaugurou uma exposição de artesanato no terminal Rodoviário João Goulart. Ontem, a Praça Araribóia foi palco de várias atividades informativas sobre direitos individuais e coletivos das mulheres e prevenção a doenças sexualmente transmissíveis e Aids, além de serviços de cabeleireiro e manicure, entre outros de interesse feminino. Às 17 horas, as mulheres houve passeata, com concentração em frente à Câmara de Vereadores.

Recife/Olinda

A data ensejou uma Sessão Solene, nesta terça, no Plenário da Câmara de Vereadores do Recife. A mesa de discussões, sobre a Conferencia das Mulheres do Recife, foi coordenada pela vereadora do PT, Luciana Azevedo.

No evento foram apresentadas as colchas de retalhos com as reivindicações feitas pelas pernambucanas da cidade e do campo. A Comissão Estadual das Mulheres Trabalhadoras da CUT participou da mesa, junto à Coordenadoria da Mulher de Recife, o Fórum Temático de Mulheres do OP (Orçamento Participativo), o Fórum de Mulheres de Pernambuco e o Conselho Municipal. Entre os aspectos abordados, Eixos Temáticos e Diretrizes da Conferência, a Participação e Controle Social na Conferência em participação com o Orçamento Partidário, Igualdade racial, Violência contra mulher, Lesbianidade, Gênero e Desenvolvimento.

Em Olinda, a Prefeitura Municipal, através da Coordenadoria da Mulher, estende as comemorações para a sexta, dia 11, e o sábado, dia 12, com o tema: “Olinda melhor ainda: sem violência”. Já em São Luis, as festas começaram nesta segunda-feira, com mutirão de combate ao câncer de colo de útero e homenagens.

Paraná

O Fórum Popular de Mulheres e a Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) organizaram, já neste sábado (5), uma passeata seguida de ato público. A principal reivindicação do movimento das mulheres foi o fim da violência doméstica. As manifestantes concentraram-se às 10h, na Praça Santos Andrade. De lá, caminham até a Boca Maldita, onde haverá protesto, exposição da fotógrafa Socorro Araújo e de objetos apreendidos pela Delegacia Regional da Mulher que serviram como instrumento de agressão, além de apresentação da peça teatral “E agora, Maria?”.

Um grupo de mulheres da coordenação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) levou ontem ao governador do Paraná, Roberto Requião, uma pauta de reivindicações, a maioria nas áreas da saúde e da educação. “O movimento terá tudo que for necessário para que os assentamentos e acampamentos tenham condições de saúde, de crescimento cultural e de educação para nossas crianças”, afirmou Requião.

De acordo com Jandira Guarneri, coordenadora do setor de Educação do MST, a audiência com o governador Roberto Requião foi muito positiva. “Somos mulheres e, por isso, nossas maiores preocupações são com saúde e educação. Mas atuamos em todos os setores e estamos na luta pela reforma agrária há muito tempo”, afirmou Jandira. O encontro com Requião seguiu-se a dois dias de mobilização das trabalhadoras sem-terra, no Parque Nilton Freire (antigo Parque Castelo Branco), em Curitiba.

Porto Alegre

A capital gaúcha serviu de centro para uma videoconferência sobre a participação política da mulher, transmitida a partir do Legislativo gaúcho, via Interlegis, envolvendo representantes de 17 Assembléias Legislativas brasileiras. A coordenação do debate coube à deputada estadual gaúcha Jussara Cony (PCdoB).

Além das parlamentares, participaram da videoconferência a ex-ministra da Secretaria Especial da Mulher e consultora da Unesco em Educação, Emilia Fernandes e representantes de entidades feministas. A UBM esteve representada pela coordenadora de Porto Alegre, Maria Elizete da Silva. Fabiane Dutra participou pela Comissão de Gênero da União da Juventude Socialista (UJS).

Jussara Cony destacou que a história das mulheres é a história de guerreiras rompendo as cadeias da opressão. A parlamentar lembrou os 10 anos da 4ª Conferência Internacional da Mulher, realizada em Pequim, na China, em 1995, onde “mais de 40 mil mulheres bradaram por nenhum direito a menos, muitos direitos a mais”. Na avaliação de Jussara, “Não podemos negar os avanços que tivemos, mais ainda temos muito que lutar”.

Emilia Fernandes afirmou que a mulher precisa ocupar espaços de poder de decisão. “A voz das mulheres precisa ser ouvida não só nos espaços públicos, nos palanques, mas nos espaços onde são decididos os rumos do país”. Ao lembrar que 2004 foi instituído pelo governo Lula como Ano da Mulher da Brasileira, Emilia adiantou que em Sessão Solene, dia 10 de março, no Senado Federal, será lançado o Ano Internacional da Mulher Latino-americana e do Caribe.

Caxias do Sul

Uma Marcha das Mulheres Contra a Violência, pela Valorização do Trabalho e pela Distribuição de Renda, aconteceu em Caxias do Sul (RS), no último sábado, dia 5. A caminhada em homenagem ao 8 de março – Dia Internacional da Mulher, foi organizado pelo Fórum Caxiense de Mulheres.

As militantes da UBM, todas de camiseta branca, empunhavam faixas pedindo: Mudança no Rumo da Economia do Brasil; Terra, Trabalho e Renda; Salário Igual para Trabalho Igual; Políticas Públicas com Creches, Moradia, Segurança, Educação, Saúde e Distribuição de Renda.

No final da caminhada houve vários pronunciamentos entre eles o da coordenadora da União de Mulheres Caxienses – Umca/UBM, Mari Santos. Mari falou da importância e da necessidade da luta das mulheres para construir uma sociedade mais igualitária. E encerrou falando: “Nós mulheres sabemos que outro mundo é possível e continuaremos lutando por este outro mundo”.

São Luís

As comemorações do Dia Internacional da Mulher começaram segunda-feira (7) na capital maranhense, com um mutirão de combate ao câncer de colo de útero e homenagens às comerciárias no centro da cidade. No dia 8, houve sessão especial na Assembléia Legislativa, uma marcha pela área central com a presença de cerca de 300 mulheres, visita à prefeitura para entregar uma carta de reivindicações, e sessão solene na Câmara Municipal. No auditório do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), palestras trataram o tema “Os Direitos da Mulher à Luz do Novo Código Civil”.

Brasília

Brasília programou diversas atividades especiais, que durarão até a quinta-feira, dia 10. A Assembléia Legislativa do Distrito Federal promoveu a palestra sobre “A Mulher e o Mercado de Trabalho”, no espaço do Servidor. Mais tarde, aconteceu uma sessão solene, seguida de show.

Na quarta-feira, dia 9, haverá uma vigília em defesa da aposentadoria das donas de casas, em frente ao Ministério da Previdência; e uma palestra sobre Cidadania, Direitos e a Luta das Mulheres, no Teatro dos Bancários. Na quinta-feira, dia 10, o Senado Federal encerra as comemorações com o lançamento do Ano Internacional da Mulher Latino-Americana.

Cerca de 60 mulheres da organização Via Campesina promoveram ontem uma manifestação na porta do Ministério da Fazenda, enquanto um grupo de cinco representantes foi recebido pelo secretário-executivo do ministério, Bernard Appy. Elas entregaram um manifesto contra os cortes no Orçamento Geral da União na área de reforma agrária e contra o agronegócio.

Segundo a assentada Marlei Soares, “perante a sociedade, o 8 de março é para ser comemorado e um dia bonito, mas para as mulheres sem-terra é o dia de reivindicação pelos direitos enquanto mulheres e pela reforma agrária”.

Os manifestantes afirmam no documento que são os pequenos agricultores que enfrentam no campo as conseqüências econômicas, políticas, sociais e culturais do modelo adotado pelo governo, “que intensifica a exploração, gera e aumenta a violência e a discriminação contra as mulheres e a classe trabalhadora”. As manifestantes alegam que quem mais sofre, quem mais empobrece e mais morre no campo são as mulheres.

O manifesto exige a imediata recomposição do Orçamento, que cortou mais de R$ 2 bilhões somente no Plano Nacional de Reforma Agrária, comprometendo as metas estabelecidas; crédito especial para as mulheres camponesas, acompanhado de direitos sociais para que elas permaneçam no campo produzindo alimento de qualidade e com dignidade; que o cadastro de beneficiários de reforma agrária do Incra contenha o nome do homem e da mulher como beneficiários.

Fonte: Diário Vermelho