Trabalhadores da Saúde tomam as ruas da Capital

Por Marcela Cornelli

No dia em que a greve da saúde completou 50 dias, na tarde desta quarta-feira, 12 de dezembro, o movimento sindical, popular e estudantil realizou uma Assembleia Unificada na Praça Tancredo Neves em frente à assembleia legislativa do Estado para fortalecer o movimento grevista. A Assembleia uniu partidos políticos de esquerda, movimentos sociais, estudantes, sindicalistas e trabalhadores de diversas categorias, públicas e privadas  de Florianópolis. A greve da saúde tem aglutinado muitas forças políticas que têm no governo privatista e entreguista de Raimundo Colombo (PSD) um inimigo em comum que está destruindo a saúde, a segurança, a educação e o transporte públicos. 

A saúde está sendo entregue à iniciativa privada através das Organizações Sociais no Estado e o governo ainda só não entregou totalmente os hospitais estaduais às OSs devido à luta e resistência dos trabalhadores da saúde e dos movimentos organizados. 

Enquanto o governo diz não ter dinheiro para negociar com os trabalhadores que salvam vidas nos hospitais públicos do Estado, Raimundo Colombo oferece isenção fiscal para a BMW, sugere construir uma pista de fórmula 1, isenta em R$ 4,5 bilhões (2011) as grandes empresas, entre outras medidas que favorecem os donos do poder econômico e político no Estado em detrimento à população. 

A Assembleia se transformou em um grande ato político contra os desmandos do governador Colombo que também diz não ter dinheiro para aplicar o piso na carreira do magistério, que governa para os ricos e deixa a população carente de serviços públicos de qualidade.

Após a Assembleia todos saíram em passeata pelas ruas do Centro da cidade, passando pelo Terminal do Centro (Ticen) e indo em direção à ponte. A ideia era realizar uma passeata pela ponte Colombo Sales em protesto ao descaso do governo com as reivindicações dos trabalhadores e a população usuária do SUS. No entanto, ao chegar perto do terminal de ônibus Rita Maria na cabeceira da ponte, um forte aparato policial começou a se instalar, inclusive com o uso de helicóptero e a tropa de choque da Polícia Militar. A repressão e criminalização aos movimentos sindicais têm sido mais uma das marcas do governo Colombo. De um lado mulheres, crianças e homens de bem marchando em defesa da saúde e dos serviços públicos. Do outro lado o aparato de repressão do governo, armados até os dentes, trabalhadores também, mas ali, naquele momento, cumpriam ordens para reprimir a manifestação. As lideranças do movimento tentaram negociar a passagem e diante da intransigência da polícia e para que não houvesse confronto naquele momento e ninguém se machucasse foi decidido seguir em passeata pelo Centro da cidade dialogando com a população. 

A passeata mostrou mais uma vez a força do movimento sindical, popular e estudantil, mas mostrou também a mão de ferro com que o governador Colombo vem tratando os movimentos. Só uma unidade ainda maior de forças poderá reverter esta situação no Estado. Em 2013 muitas lutas virão. A greve da saúde continua por culpa exclusivamente de um governo intransigente e arrogante eleito para servir o povo, mas que governa contra o povo.