Só mobilização pode barrar a ALCA

Por Marcela Cornelli

Em todo Brasil vem crescendo a consciência dos graves perigos que representa a ALCA para o futuro dos povos, para a nossa soberania, dignidade e liberdade. A ALCA é uma proposta – ou melhor, uma imposição – dos EUA para aumentar e institucionalizar a sua hegemonia econômica, política e cultural. Por isso, hoje, último dia da rodada das negociações em Miami, haverá atos e manifestações contra a ALCA e por um plebiscito oficial sobre o assunto em vários estados brasileiros.

Aceitar a ALCA é aceitar o domínio das nossas vidas, famílias, culturas, dos nossos valores e tradições, pela lógica da concorrência, da idolatria do dinheiro, do consumismo, da destruição da terra, do mercado sem limites nem controle, que querem impor um grupo reduzido de empresas multinacionais norte-americanas. Aceitar a ALCA é aceitar a invasão, anexação e dominação neocolonial definitivas por uma minoria de privilegiados, que querem aumentar as suas riquezas e os seus poderes. A ALCA não responde às necessidades básicas da maioria da população, enquanto aumenta as desigualdades, a miséria e a marginalização de muitos.

No Brasil em setembro de 2002, pouco antes da eleição do Governo Lula, mais de 10 milhões de cidadãos e cidadãs se pronunciaram em plebiscito popular contra a participação do Brasil nas negociações. Dois meses atrás, em setembro de 2003, foi entregue aos três poderes públicos mais de 3 milhões de assinaturas, expressando de novo o repúdio de numerosos setores organizados da sociedade da participação de governo nas negociações. Hoje mais uma vez os brasileiros vão às ruas pedir o plebiscito. E nós servidores do Judiciário Federal de SC não podemos nos omitir dessa luta, que é de todos os trabalhadores brasileiros.

Mais de 35 mil manifestantes são esperados em Miami – As manifestações que acontecerão em Miami/EUA contra a ALCA vão contar com a participação de ativistas de diversas partes do mundo, incluindo o Brasil. A CUT enviou dois dirigentes para acompanhar a 8ª reunião ministerial sobre a ALCA. A coordenação da Campanha Continental contra a ALCA espera mais de 35 mil manifestantes na mobilização durante o encontro.

Mobilizações pelo Brasil
Brasília – manifestação junto com a marcha dos sem terra, na embaixada dos Estados Unidos

São Paulo – Manifestação em frente ao Banco Central

Rio de janeiro – Manifestação em frente ao consulado estadunidense

Porto Alegre – Marcha do “sem”, pelas ruas centrais da cidade

Salvador – Caminhada realizada ontem, no dia da Consciência Negra e nova manifestação será realizada hoje

Fortaleza – Caminhada com ato político contra a Alca

(Com informações do site:www.jubileubrasil.org.br)