Participantes da Plenária da FENAJUFE repudiam ocupação da Palestina

Por Marcela Cornelli

No segundo dia (29/11) da 11ª Plenária Nacional da Fenajufe, logo após as discussões dos trabalhos de grupos, foi a vez de serem apresentadas e votadas as moções. Entre as que mais se destacaram, devido à força de seu conteúdo que avalia um dos maiores problemas da conjuntura internacional, é a que trata da ocupação da Palestina, promovida pelos governos estadunidense e inglês.

A moção de repúdio á ocupação da Palestina e à “política fascista da Entidade Sionista denominada Israel” foi apresentada pelo servidor do TRT da 10ª Região, de Brasília, Ozéias Gonçalves de Jesus. Ozéias, que é militante do Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino, fez um ato marcado por muita emoção, provocando forte reação nos que estavam presentes no plenário.

Após a leitura da moção, vários participantes da Plenária também se manifestaram e ainda alguns leram poemas referente à questão palestina. Todas as intervenções defenderam que a Fenajufe e seus sindicatos filiados promovam debates com a categoria sobre a questão da Palestina.

A moção foi aprovada por unanimidade.

Abaixo, leia a íntegra do texto.

“Os participantes da 11ª Plenária Nacional da Fenajufe, realizada em Teresina/PI, Brasil, de 27 a 30 de novembro de 2003, aprovaram a seguinte moção:

Neste especial dia, 29 de novembro, Dia Internacional de Solidariedade à Luta do Povo Palestino, através da presente moção manifestamos publicamente o nosso veemente repúdio a ocupação da Palestina, promovida e financiada pelo imperialismo Ianque e Britânico, principalmente, bem como a política fascista da Entidade Sionista denominada Israel.

Repudiamos, especialmente, a expulsão de pessoas de suas terras e casas, os assassinatos em massa promovidos pelas forças sionistas de ocupação, como massacres dos Campos de Refugiados de Sabra e Satila e mais recentemente nos Campos de Refugiados de Jenim e Nablus.

Repudiamos o bombardeio das áreas residenciais Palestinas, promovidas por Israel contra civis desarmados, repudiamos a destruição de casas [até agora sãos mais de 70 mil casas destruídas] que produziram e continuam a produzir milhares de desabrigados.

Repudiamos a separação promovida pelos Postos Militares de Controle da Entidade Sionista Israel, que separam agricultores de suas terras, crianças de suas escolas, doentes da assistência medida e pessoas de seus familiares, amigos e compatriotas.

Repudiamos o massacre promovido por forças militares profissionais, financiadas e armadas pelo império mais poderoso do Planeta, contra um Povo que dispõe apenas de poucas armar manuais, repudiamos especialmente a utilização de armas químicas contra a população Palestina – algumas propositalmente abortivas, assim como repudiamos as execuções sumárias, que são na verdade assassinatos promovidos por Israel contra os militantes da Resistência.

Repudiamos a tortura sob quaisquer de suas formas, em especial a tortura física legalizada, que é amplamente utilizada pelas forças sionistas de ocupação contra a juventude Palestina.

Repudiamos os pseudo-planos de paz que propõem que mais de 3 milhões de Palestinos que encontram-se refugiados no exterior não possam retornar a sua Pátria e que propõem a criação não de um Estado Palestino Livre, mas de um Bantustão Palestino tutelado pelo imperialismo e cercado pelas forças militares da Entidade Sionista Israel – denunciamos que estes planos não pretendem estabelecer a paz, pois propõem, na prática a capitulação do Povo Palestino.

Ao repudiarmos tudo isto, repudiamos, sobretudo, a “paz dos túmulos” e da capitulação, para dizermos sim a paz nascida da Justiça.

A Entidade Sionista Israel não cumpre as Resoluções e Tratados internacionais, ao passo que a Resistência Palestina encontra-se amparada legalmente por tais Resoluções e Tratados, em especial as Resoluções da ONU que determinam a imediata retirada das forças de ocupação sionistas dos territórios reconhecidos por esta como pertencentes ao Povo Palestino.

Conclamamos o Governo Brasileiro a romper relações comerciais com Israel, a não contribuir economicamente com o massacre do Povo Palestino, até que Israel cumpra as Resoluções da ONU, organização da qual o Brasil ainda participa.

Todo o apoio a justa e heróica luta do Povo Palestino, que constitui-se em verdadeiro exemplo para toda a humanidade.

ABAIXO O IMPERIALISMO e VIVA A INTIFADA!

Teresina/PI, Brasil, 29 de novembro de 2003.”

Para saber mais sobre o movimento em defesa dos povos palestinos, acesse o site: www.palestina1.com.br.

Confira um dos poemas lidos no ato em solidariedade ao povo palestino.

A Sartre

Se degolam uma criança
e seus verdugos atiram seu cadáver no lodo
ficarás com raiva?
que dirás tu?

Sou palestino
me degolam todo ano
todo dia
toda hora
vem
observa bem a barbárie
em toda a sua minuciosidade
soa muitos espetáculos
e o menor
é o que o meu sangue corre…corre

Fala
por que se tornaste invisível?
não tens nada o que dizer.

Fonte: FENAJUFE