Paim diz que 65% dos senadores votarão contra mínimo de R$ 260

Por Marcela Cornelli

O vice-presidente do Senado, Paulo Paim (PT-RS), disse hoje ter realizado uma pesquisa informal que mostra que 53 dos 81 senadores deverão votar contra a MP (medida provisória) que reajustou o valor do salário mínimo de R$ 240 para R$ 260. Com 41 votos contrários, já se tornaria impossível a aprovação da proposta apresentada pelo presidente Lula.

Segundo Paim, os votos contrários seriam distribuídos da seguinte maneira: 17 do PFL, 12 do PSDB, 5 do PDT, 3 do PL, 2 do PPS, 3 do PSB, 3 do PT e 7 do PMDB, além da senadora Heloisa Helena (sem partido). Paim, entretanto, não nomeou os votos.

A MP do mínimo deve ser votada na Câmara dentro de duas semanas. “Sugiro que já na Câmara seja alterada a medida provisória”, disse Paim. “Se a Câmara aprovar o mínimo de R$ 260, existe toda a possibilidade de o Senado derrubar”, completou ele, que ontem assinou o manifesto da esquerda do PT contra o mínimo de R$ 260 juntamente com outros 21 deputados e 1 senadora do partido.

O governo Lula tem enfrentado dificuldades para convencer os partidos da base aliada e a bancada do próprio PT na Câmara e no Senado a votarem em favor do reajuste para R$ 260.

A base entende que o governo realmente não tem recursos suficientes para conceder um aumento maior, mas acredita que a aprovação da proposta levará a um enorme desgaste poucos meses antes das eleições municipais.

PIB
Paim defende a elevação do salário mínimo para R$ 300 com os recursos gerados pelo aumento da arrecadação a partir do crescimento surpreendente da economia no primeiro trimestre e com o dinheiro que seria economizado pelo Ministério da Saúde com o fim das fraudes nas licitações de medicamentos.

Ontem, o IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) anunciou que o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 1,6% no primeiro trimestre em relação aos últimos três meses de 2003. O resultado apontou a possibilidade de o crescimento neste ano superar a previsão de 3,5% do governo.

Paim defendeu que, a partir de 2005, o salário mínimo tenha um crescimento real que represente o dobro do índice de crescimento da economia. “Se o PIB crescesse 4,5% neste ano, o salário mínimo teria crescimento real de 9% em 2005”, afirmou.

Fonte: Folha Online