CUT e outras centrais preparam campanha “Trabalhar menos para que todos trabalhem”

Por Marcela Cornelli

Uma reunião na sede do Dieese nesta sexta-feira, 20, às 10h, reunirá técnicos e dirigentes da CUT e das outras cinco centrais sindicais brasileiras para preparar o lançamento nacional da “Campanha trabalhar menos para que todos trabalhem”, que deve ocorrer no início de março. A campanha se estrutura no tripé: Redução da Jornada de trabalho, sem redução dos salários; redução da hora-extra e fim do banco de horas.

O tema da redução da jornada de trabalho é objeto central da Proposta de Emenda Constitucional nº 393/01, já aprovada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.

“A redução de jornada, sem redução de salários é um dos mecanismos de geração de emprego”, explica Rosane da Silva, Secretária de Política Sindical da CUT, acrescentando que a campanha prevê um abaixo-assinado que se encerra em 1º de maio e que será encaminhado para os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

Segundo a CUT, o Dieese apresenta dados estatísticos que comprovam a validade e a justeza da proposta. Estima-se que, com a redução da jornada de 44 horas para 40 horas semanais, haverá um crescimento imediato de pelo menos 3 milhões de novos empregos. Os dirigentes da CUT defendem que não basta somente a aprovação da redução da jornada para a geração imediata de novos empregos, mas, simultaneamente, deve haver a implementação de outras iniciativas como a reforma agrária, a criação de frentes de trabalho nas cidades e no campo, dentre outras.

Para os cutistas, só com muita luta e mobilização será possível ver a proposta definitivamente aprovada no Congresso. Assim como durante o processo Constituinte em 1988, quando as mobilizações conseguiram reduzir a jornada de 48 horas para 44 horas, agora, será necessário, mais uma vez, novos esforços. Afinal, os empresários se opõem à proposta. No entanto, também é do conhecimento de todos o quanto é contraditório os ganhos de produtividade e o crescimento dos lucros de um lado, com índices cada vez maiores de desemprego.

Fonte: CUT Nacional