Coordenador da Fenajufe afirma que bandeira pela jornada de 6 horas tem que sair do papel

A Fenajufe realizou no último final de semana, no Rio de Janeiro, sua primeira atividade da campanha nacional em defesa da jornada de 6 horas no Judiciário Federal e Ministério Público da União. Com a participação de mais de 100 pessoas, representando quase todos os sindicatos filiados à Federação, o 1º Encontro Nacional sobre Jornada de 6 horas apontou uma série de propostas que devem reforçar a luta pela redução da jornada de trabalho.

Na abertura, na sexta-feira [11] à noite, o coordenador geral da Fenajufe Roberto Policarpo, após saudar todas as delegações presentes, afirmou esperar que este encontro traga resultados que garantam a melhoria da qualidade de vida dos servidores, o aumento do número de vagas e oportunidades de trabalho e uma melhor prestação jurisdicional.

Policarpo lembrou, ainda, que a Fenajufe, desde o seu primeiro congresso e também em todas as plenárias, tem reafirmado a defesa pela jornada de 6 horas, e lançou um desafio à categoria, aos sindicatos de base e à própria Federação. “Este seminário tem como desafio avançar nesta bandeira de luta, que também é uma bandeira do conjunto dos servidores públicos e da CUT, que sempre apoiou a nossa luta pela redução da jornada. Precisamos tirar essa bandeira do papel e é importante que este seminário aponte os caminhos que devemos seguir”, disse.

Na avaliação do coordenador da Fenajufe, ao fazer o debate, os servidores precisam compreender a real concepção da luta pela diminuição do número de horas trabalhadas. “A Federação defende a concepção saudável do termo, para que a gente não vá ao trabalho apenas cumprir a nossa jornada e continuar insatisfeito. Que o servidor possa organizar o seu próprio trabalho, ter mais autonomia para executar suas atividades, utilizar sua criatividade, ter crescimento profissional e o reconhecimento institucional da necessidade de um ambiente em condições saudáveis para o desempenho do trabalho”.

Melhoria da saúde física e mental dos servidores, qualidade da formação e capacitação profissional, aumento da produtividade ocasionada por uma jornada sem interrupções, economia de materiais de trabalho, foram alguns dos benefícios citados pelo coordenador da Fenajufe que sustentam a defesa pela redução da jornada de trabalho. Ao final de sua fala, Policarpo lembrou de várias iniciativas da Fenajufe, junto ao Conselho Nacional de Justiça e em outros tribunais superiores, para mostrar os argumentos que comprovam a viabilidade da redução da jornada de trabalho. “Apresentamos ao CNJ vários argumentos que mostram ser possível adotar jornadas inferiores a 40 horas”.

Luta pela redução da jornada rompe barreiras
A presidente da CUT do Rio de Janeiro, Neuza Luzia Pinto, que também participou da mesa de abertura do encontro, considerou a iniciativa da Fenajufe, com o apoio do Sisejufe/RJ, como pioneira no movimento sindical dos servidores públicos. Na sua avaliação, ao colocar a redução da jornada de trabalho para o conjunto da classe trabalhadora, mostrando que além de gerar novos empregos, também proporciona melhoria da qualidade de vida, a CUT consegue romper a distância que existe entre iniciativa privada e serviço público.

“É uma bandeira que a gente precisa abraçar juntos e fazer muita discussão, para que sejamos multiplicadores, com muitos argumentos, e conquistarmos os nossos companheiros que estão na base, mas também o conjunto da classe trabalhadora”, concluiu.

Roberto Ponciano, diretor do Sisejufe/RJ, ao fazer a saudação de abertura, avaliou que a categoria vem amadurecendo, nos últimos anos, o debate sobre a redução da jornada de trabalho. Ponciano lembrou que a proposta era uma bandeira distante do movimento sindical e que com o passar dos anos está se aproximando cada vez mais dos trabalhadores. Afirmou, ainda, que a luta sindical não tem um caráter meramente economicista, mas também deve servir para a qualidade de vida dos trabalhadores.

“O que adianta nos matarmos de trabalhar e não termos qualidade de vida, não conseguimos aproveitar. O seminário é um momento bom para fazermos um debate rico, não só da importância de aumento de salário, mas também de gerar mais emprego, melhorar o atendimento ao público e a qualidade de vida das pessoas”, afirmou Ponciano.

Da Fenajufe – Leonor Costa