América Latina: mulheres trabalham mais e ganham menos

Segundo o relatório “Situação Mundial da Infância 2007” divulgado, nesta segunda-feira (11), pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a remuneração da mulher que vive na América Latina e Caribe é menor do que a dos homens, apesar de elas trabalharem por mais horas.
Na região, a cada R$ 100 ganhos por um homem, as mulheres ganham R$ 73. Já nos países industrializados, a remuneração feminina equivale a 80% dos homens e, considerando o Produto Interno Bruto (PIB) – soma das riquezas da nação -, corresponde a 40%.

Mais trabalho e menor remuneração

No entanto, enquanto elas ganham menos, em países em desenvolvimento, costumam trabalhar uma hora e nove minutos a mais do que os companheiros em cada dia.
A informalidade também é característica do mercado de trabalho feminino na América Latina e Caribe. Somente no Brasil, as mulheres que não trabalham formalmente contabilizam 67%, índice superior ao de países como África do Sul (58%), México (55%) e Tunísia (39%).

Brasil

Quanto às atividades, no Brasil, as mulheres parecem não se interessar por terras. Isso porque apenas 11% dos territórios do Brasil pertencem às brasileiras, índice que se encontra entre os piores da América Latina e atrás do Paraguai (27%), México (22%), Nicarágua (16%) e Peru (13%).
Outra característica do Brasil é a pequena participação das mulheres na política. Elas chegam a representar somente 9% do legislativo. Nas eleições de 2006, 46 vagas das 513 existentes na Câmara dos Deputados foram ocupadas por mulheres, enquanto no Senado foram quatro, de um total de 27.

Inclusão da mulher

De acordo com a representante da Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier, quando as mulheres participam das decisões políticas, têm poder e espaço social para contribuir no desenvolvimento de políticas públicas, o que pode trazer resultados positivos para a sociedade. “A realização dos direitos da mulher é boa para a sociedade em geral e para as crianças, em particular”.
Para a Unicef, o Brasil deve garantir mais espaço aos adolescentes na vida social, familiar, comunitária e política, para que aumente a atuação da mulher na política, o que trará avanços na legislação com foco no público feminino, na infância e na família.

Fonte: Site Infomoney