A atual Administração, entretanto, impôs a condição de compensação hora por hora, que não foi aceita pela Assembléia, suspendeu negociações e mandou descontar os salários. Nesta segunda-feira, mesmo com a ausência de vários componentes do Pleno, que poderiam alterar o resultado, o Tribunal negou provimento ao recurso por 8 votos a 4, jogando por terra, mais uma vez, o discurso da conciliação que só tem servido para o TRT-SC ficar “bem na foto” com os Conselhos.
Novamente o vice-presidente
A Juíza Viviane Colucci apresentou mais uma modificação em seu voto inicial tendo em vista que, desde que este pedido começou a ser debatido pelo Pleno, há várias Sessões, o STJ já mudou de posição três vezes sobre a Greve no serviço público.
Na última delas, abriu mão de sua competência para julgar as Greves nos estados, o que remete nosso dissídio para o TRF da 4ª Região. A relatora, mais uma vez, defendeu que não poderia ser feito nenhum desconto de salários antes de um julgamento final do dissídio ou um acordo, o que seria mais adequado, na sua opinião. Novamente o vice-presidente fez o possível para conduzir a Sessão, intervindo a todo o momento, mesmo durante os votos de colegas, para defender a tese do desconto adotada pela Administração. Ao final disse que não havia mais espaço nem tempo para acordos pois o fato estava consumado, mas foi veementemente contestado pela Juíza Águeda Lavorato Pereira, que afirmou ser a conciliação, sim, possível a qualquer tempo, e que deve ser buscada sempre, bem como se colocou à disposição para eventual tentativa.
O triste placar
Votaram CONTRA OS SERVIDORES: Gérson Taboada, Gisele Alexandrino, Lígia Gouvêa, Edson Oliveira, Maria Aparecida Caitano, Mari Migliorini, Lourdes Dreyer e Garibaldi Ferreira.
A atual Administração do TRT, que já entra em contagem regressiva até dezembro, perdeu mais uma chance de resolver um conflito desnecessário através da conciliação.Preferiu optar pelo confronto e pelo desrespeito ao Direito de Greve dos servidores, no que foi seguida pela maioria.
O processo do dissídio de Greve ainda não chegou ao TRF, onde será julgado. Aos que votaram ao lado dos servidores, pela Justiça e pelo respeito ao direito dos trabalhadores e foram derrotados, deixamos o pensamento de Darcy Ribeiro, que disse ter sido derrotado em grande parte das lutas por ele empreendidas em defesa de dias melhores para o povo brasileiro, mas que se sentia muito melhor do que se estivesse ao lado dos vencedores.
O Analfabeto Político
Bertolt Brecht
O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.