Servidores do Judiciário de SP suspendem greve, mas mantêm mobilização

Por Leonor Costa
Jornalista da Fenajufe

Após 91 dias de greve, os servidores do Judiciário paulista suspenderam a greve da categoria em Assembléia Estadual, realizada ontem (27/9), na Praça João Mendes, no centro de São Paulo. Porém, os servidores resolveram manter o estado de greve.

Em entrevista exclusiva para a Fenajufe, o presidente da Assetj (Associação dos Servidores do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo), José Gozze, afirmou que a suspensão da greve dos servidores do Judiciário paulista se deu pela repressão que a categoria sofreu durante o período de mobilização. “O corte nos salários, o cansaço dos servidores, as ameaças de punições com processos administrativos, preocupou a categoria”, disse Gozze.

O presidente da Assetj também declarou à Fenajufe que o reajuste salarial de 14% pode ser considerado como uma vitória para a ategoria. “Inicialmente, os servidores reivindicavam 39,19% de reposição salarial. Uma proposta do TJ/SP previa 26,39%, mas depois foi retirada pelo tribunal, pois a administração alegava que não havia verba para reajustes de servidores. Então o TJ/SP ofereceu reajuste de 4,6% para servidores do executivo estadual, e nós conseguimos os 14%”, comentou Gozze.

Embora tenha oferecido a reposição linear de 14% a partir de 1º de setembro, a administração do TJ/SP prevê o desconto dos dias parados; estudo para pagamento parcelado dos dias da greve com desconto no salário futuro ou compensação para os servidores que não possuem crédito com o TJ; continuação da negociação para a análise e suspensão dos processos administrativos; e a manutenção das negociações para atendimento dos demais itens da pauta de reivindicação.

Segundo a Assetj, foi votado, ainda, um calendário permanente de trabalho que contempla a continuação do comando de greve, a realização de uma assembléia estadual para o dia 8 de outubro, caso os contra-cheques venham sem o aumento.

Na assembléia estadual de ontem foi aprovada ainda a “operação-padrão” da categoria que consiste em atender aos advogados de acordo com os códigos sem acelerar a tramitação dos processos, informou a Assetj.

Fonte: Fenajufe