Seminário propõe rejeição à política econômica do governo federal

Por Marcela Cornelli

O seminário “Os desafios dos movimentos sociais na atualidade”, promovido no último sábado em Porto Alegre, por diversos sindicatos entre eles o ISNTRAJUFE/RS, teve como tônica central nos debates a rejeição à política econômica do governo federal e a luta unificada das entidades da sociedade civil organizada por mudanças nesse aspecto. Com cerca de 70 participantes e preparatório para o 3º Congresso dos Trabalhadores do Judiciário Federal, que acontecerá entre os dias 26 a 28 de março, em Porto Alegre, o seminário contou com representantes da CUT, da Marcha Mundial de Mulheres, do MST entre outros movimentos sociais.

Pela manhã, foi apresentado o painel Economia, trabalho e movimentos sociais: cenários para 2004, pelo professor Anselmo Luís dos Santos, do Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho da Unicamp. Para Santos, o problema do Brasil não é somente um problema de governo, mas de crise histórica e cultural em que nunca foi construída uma política para o enfrentamento, que defendesse os interesses da nação e contra a ordem internacional. “A responsabilidade de um governo não é só dele, mas também da sociedade que o elegeu. Por isso devemos respeitar as diferentes posições em relação ao governo e unificar o que interessa a todos, lutando contra a política econômica adotada até o momento”, afirmou.

Na parte da tarde, houve um debate sobre o papel da Coordenação dos Movimentos Sociais e um painel sobre os rumos da CUT, com a participação de representantes das correntes que compõem a direção nacional da Central como a CSD (CUT Socialista e Democrática), a CSC (Corrente Sindical Classista), o MTS (Movimento por uma Tendência Socialista), o MUS (Movimento de Unidade Socialista) e a Articulação.

Segundo a opinião de Neusa Tito, da Marcha Mundial de Mulheres, o governo Lula foi eleito pelo campo dos movimentos sociais, portanto, “temos o mesmo papel de organizar a sociedade civil para alterar o que não está de acordo com as nossas propostas de desenvolvimento e de construção de um país”.

No painel Os Rumos da CUT, apesar das diferenças em algumas propostas, as correntes da Central Única convergiram na questão de que há necessidade de unificar o discurso contra a política econômica e juntos ir às ruas reivindicar e pressionar as autoridades por mudanças que tragam emprego, distribuição de renda, soberania e reforma agrária.

Na visão dos participantes do seminário, mudar os rumos da política econômica significa mais recursos para investimentos em infra-estrutura, reforma agrária, geração de empregos, saúde e educação, entre outros.

Fonte: SINTRAJUFE/RS