Policiais Federais decidem amanhã se retomam greve

Por Marcela Cornelli

O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Francisco Carlos Garisto, tem agendada para hoje uma reunião com o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT/SP), e os senadores Geraldo Mesquita Júnior (PSB/AC) e Serys Slhessarenko (PT/MT). O encontro servirá para que a categoria seja informada dos avanços no processo de negociação com o governo, articulado pelo presidente da Casa.

“Uma assembléia geral da categoria está marcada para amanhã (12/5) e, caso nenhum avanço seja alcançado, nós vamos retomar a greve geral por tempo indeterminado”, garantiu o presidente da Fenapef, alertando para o fato de que o comando do movimento “cumpriu a sua parte”. Segundo Garisto, “durante esses três dias o ministro da Justiça sumiu e ninguém do governo quis falar com a comando da greve”.

A suspensão da greve foi solicitada pelo presidente da Câmara dos Deputados como forma para se tentar uma reabertura do canal de negociação com o Ministério da Justiça e a Federação Nacional dos Policiais Federais. A assessoria do Ministério da Justiça informou que, até o momento, não existe nenhum dado novo sobre a greve da PF e nenhum comunicado foi feito por parte da Câmara dos Deputados.

A greve dos agentes, escrivães e papiloscopistas (especialistas em impressões digitais) da Polícia Federal começou no dia 9 de março. A categoria reivindica melhor remuneração com cumprimento da Lei 9.266/96, que prevê a exigência de nível superior para as três ocupações. O comando de greve já havia recusado duas propostas do governo para por fim ao movimento grevista. A primeira, um aumento de 10%, e a segunda, uma proposta de reajuste salarial, desta vez de 17%.

Na semana passada, representantes da Fenapef entregaram um documento oficializando a volta ao trabalho ao presidente da Câmara, que se prontificou a tentar intermediar uma reunião da categoria com o ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos. A contraproposta dos policiais é aceitar o reajuste de 17% proposto pelo governo, tendo como base, no entanto, o salário de nível superior, e que o governo forneça novos reajustes: 8% em dezembro de 2004, 8% em abril de 2005 e mais 9% no final do mesmo ano, perfazendo um total de 42%.

Fonte: Último Segundo