PF decretará estado de greve a partir de 15 de fevereiro

A Polícia Federal irá entrar em estado de greve a partir do dia 15 de fevereiro caso o governo federal não conceda o reajuste salarial de 30% reivindicado pelos funcionários da corporação. “A razão da greve é que o compromisso de reajustar em 30% os salários da PF foi assinado no ano passado e ainda não foi cumprido”, explicou em primeira mão ao Congresso em Foco o presidente da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), Sandro Avelar, na tarde desta segunda-feira (5).
Os policiais reclamam que antes tinham equiparação salarial com juízes e membros do Ministério Público, mas que, como os vencimentos ficaram defasados, estão perdendo profissionais de qualidade para outros órgãos públicos. “O salário inicial dos policiais federais ficou reduzido a menos da metade do de um juiz. Antes, era equiparado”, reclama Avelar.
Um juiz recebe R$ 22.111 e o salário inicial de um delegado da PF, de acordo com o edital do último concurso realizado pelo órgão, é de R$ 7.965,91, mais benefícios. Sandro Avelar diz que o estado de greve não significa que haverá paralisação, mas sim que toda a categoria estará preparada para cessar as atividades a qualquer momento. “A greve em si dependerá de assembléia com todas as categorias”, afirma, referindo-se aos integrantes das demais carreiras da Polícia Federal, tais como agentes, peritos e outros. “Se for preciso parar, pararemos em bloco”, acrescenta o presidente da ADPF.

Caos nos aeroportos

Atualmente, a Polícia Federal conta com um efetivo de 11 mil policiais na ativa. Eles são responsáveis pelo controle dos portos e aeroportos do país, pelo policiamento das fronteiras e pela emissão de passaportes. Caso decidam parar, os policiais pretendem interromper todos os serviços de uma só vez.
Com a proximidade do Carnaval, a greve poderá gerar problemas sérios com relação ao controle de turistas. “Vai ser um período de grande movimentação. Com o estado de greve decretado, pode ser feita a ‘operação padrão’, congestionando novamente os aeroportos. Isso não seria interessante para ninguém em pleno Carnaval”, diz Avelar.
Na “operação padrão”, os agentes inspecionam os documentos – e, eventualmente, também as bagagens – de todos os passageiros de vôos internacionais. Em situações normais, a checagem é feita por amostragem (apenas alguns passageiros têm os documentos conferidos). Quando há “operação padrão”, em geral os horários de embarque e desembarque acabam sendo comprometidos, gerando atrasos nos vôos. Ela também pode se estender ao controle portuário, formando longas filas de navios nos principais portos brasileiros.

Fonte: Congresso em Foco