Paralisação teve boa adesão. Vários Estados já aprovaram greve por tempo indeterminado

Reunião ampliada vai avaliar o movimento em todo o país e definir o calendário de mobilizações, além de votar a deflagração da greve
BRASÍLIA – 13/11/09 – Servidores de todas as regiões do país participaram nesta quarta e quinta-feira, 11 e 12 de novembro, de mais uma atividade do calendário de luta pela aprovação da revisão do Plano de Cargos e Salários da categoria. Esta semana que se encerra foi uma das mais importantes, nos últimos meses, da atual campanha salarial do Judiciário Federal e MPU. É que em todo o país, os servidores acompanharam a orientação dos sindicatos, cruzaram os braços e saíram às ruas para reivindicar um direito legítimo de toda a classe trabalhadora: o direito à revisão salarial.

Praticamente em todos os Estados, nos três ramos do Judiciário Federal e também em alguns órgãos do MPU – no caso do Distrito Federal e do Maranhão, a categoria paralisou os trabalhos nos dias 11 e 12 para mostrar aos tribunais regionais e à cúpula do Judiciário sua insatisfação com o fato de o STF ainda não ter encaminhado a proposta de revisão salarial para o Congresso Nacional. Em grande parte das capitais e em algumas cidades do interior, pelo país afora, os servidores promoveram paralisações de 48, de 24 ou de 2 horas, além de atos públicos, panfletagem, arrastão nos locais de trabalho e assembleia. Tudo isto para denunciar a demora no andamento da proposta e também rechaçar a postura de alguns setores da magistratura e de membros do MPU, que se posicionaram contrários à legítima reivindicação da categoria, por meio de um ofício da Frente Associativa de Magistrados e Procuradores. Tal atitude retardou o processo no STF, uma vez que a proposta já fora finalizada entre os presidentes dos tribunais superiores em reunião no dia 7 de outubro.

Levantamento dos sindicatos mostram que a adesão foi bastante positiva, tanto nos órgãos que pararam por 48 horas como naqueles que cruzaram os braços durante 24 ou duas horas. Na avaliação dos dirigentes sindicais, a categoria deu o ponta-pé no processo de construção da greve por tempo indeterminado. Como pode ser verificada na Agência de Notícias da Fenajufe e no quadro de mobilizações que segue abaixo, vários Estados, como Rio Grande do Sul, Bahia, Amazonas, Pernambuco, Goiás, Maranhão, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, durante as assembleias realizadas nesta quinta-feira, aprovaram a entrada na greve a partir da próxima semana. Já no Distrito Federal, a categoria, que promoveu a paralisação de 48 horas com boa participação de todos os setores, manteve o movimento grevista, deflagrando a greve por tempo indeterminado desde esta quinta-feira. A decisão foi tomada durante assembleia geral, em frente ao STF, com a presença de cerca de 5 mil pessoas.

O coordenador de plantão Berilo Leão Neto avalia como positiva a paralisação dos últimos dois dias, uma vez que em quase todos os Estados a categoria mostrou que está com disposição para lutar pela revisão salarial. Ele acredita que a falta de uma resposta positiva, por parte do STF em relação à proposta, vai forçar os servidores a deflagrarem um movimento forte na próxima semana, citando como exemplo a situação do DF em que, na assembléia desta quinta-feira, os servidores estavam mais participativos e empolgados em manter as mobilizações.

Segundo Berilo, nesta sexta-feira [13] vários grupos de trabalho e diretores do Sindjus-DF entregaram uma carta aos magistrados do Distrito Federal e aos membros do Ministério Público da União. Na carta, os servidores explicam que, embora pouco reconhecidos pela magistratura e pelos membros, desempenham um papel crucial no funcionamento da Justiça e que também não é fácil se manter no Judiciário e no Ministério Público quando o salário não corresponde às atribuições e às responsabilidades.

Cerca de 150 pessoas participarão da ampliada
Outra atividade da categoria nesta semana é a reunião ampliada com caráter deliberativo, no sábado, 14 de novembro. Aproximadamente 150 pessoas já estão inscritas para a atividade, entre delegados e observadores, representando todos os sindicatos filiados à Fenajufe. Para participar, os sindicatos tiveram que realizar assembleia geral e eleger seus representantes.

Na pauta da ampliada estão: informes das entidades, revisão salarial e greve. A reunião ampliada da Fenajufe será no São Azul Sul, do Hotel Nacional, a partir das 10h.

Na avaliação de Berilo, a grande participação na ampliada se explica pelo fato de este ser um momento em que a categoria debaterá os rumos do movimento pela revisão salarial. De acordo com ele, diante do cenário sobre as negociações com a direção do Judiciário Federal, a expectativa é que os delegados aprovem, neste sábado, a deflagração da greve por tempo indeterminado a partir da próxima semana.

“Não temos outra alternativa que não seja a greve por tempo indeterminado e o fortalecimento das mobilizações. Este é o momento ideal para intensificarmos as pressões em cima da cúpula do Judiciário e do MPU para que os projetos comecem a tramitar logo no Legislativo”, ressalta Berilo.

Clique aqui e veja quadro de mobilização.

Da Fenajufe – Leonor Costa