Ocupação no PR deixa 1 sem-terra morto e 5 feridos

Uma tentativa de ocupação na Fazenda Santa Filomena, em Planaltina (PR), por um grupo de 400 famílias ligadas ao MST, na madrugada de ontem, terminou em tragédia. O grupo foi recebido a tiros por seguranças – o sem-terra Elias Gonçalves Deneura, de 20 anos, foi morto e outras 5 pessoas ficaram feridas, uma em estado grave.

O conflito aconteceu das 6 às 10 horas de ontem e provocou pânico na região, com tiroteio e a fuga das pessoas que estavam acampadas. A situação só ficou sob controle após a chegada da polícia – mas o clima permaneceu tenso durante o resto dia. Não há nenhuma suspeita sobre quem foi o responsável pela morte do sem-terra.

O MST alega, em nota distribuída depois do conflito, que a iniciativa do ataque partiu dos cerca de cem seguranças da fazenda e que o grupo não tinha a intenção da invadir a área. No texto, os líderes sem-terra exigem a desapropriação da Santa Filomena, a punição dos assassinos e mandantes da violência contra os sem-terra, e que o governo cumpra as metas de reforma agrária.

A Fazenda Santa Filomena foi vistoriada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em 1997, sendo considerada latifúndio improdutivo. Depois disso, o Incra instruiu o processo de desapropriação para fins de reforma agrária.

A propriedade, que tem 800 alqueires, é de Francisco Carvalho Gomes. As famílias estavam acampadas na frente da fazenda havia 18 meses. Segundo o MST, elas aguardavam o assentamento previsto pelo Plano Nacional de Reforma Agrária do governo federal.

Para evitar o risco de novos conflitos entre os sem-terra e os seguranças da Santa Filomena, a Polícia Militar de Paranavaí decidiu isolar a área, bloqueando as duas estradas que dão acesso à entrada principal da propriedade. “As estradas que passam por Guaraçá e Planaltina, próximas à BR-376, foram bloqueadas por uma questão de segurança. Assim, impedimos a entrada de pessoas que não estão ligadas ao conflito. A medida também nos ajuda nas buscas ao assassino do trabalhador”, informou o cabo José Justino, do 8.º Batalhão da PM. “Encontramos duas armas por enquanto, mas ainda não sabemos se alguma delas é a arma do crime”, contou. (Fonte: Clipping CUT)