Mobilizações adiam votação da reforma administrativa e mostram que governo não tem votos suficientes

Servidores devem ampliar a pressão e fortalecer a luta

As mobilizações desta semana em Brasília, nas cidades e estados foram decisivas para o adiamento da votação da “reforma” administrativa (Proposta de Emenda à Constituição 32/2020), prevista para quinta-feira (16), na Comissão Especial da Câmara dos Deputados. Depois de entregar substitutivo com sugestões de mudanças bastante criticado pelos parlamentares de oposição e ainda cheio de armadilhas aos servidores, o relator Arthur Oliveira Maia (DEM/BA) retirou o texto complementar e prometeu apresentar um terceiro substitutivo da “reforma” ainda nesta sexta-feira (17). A segunda proposta do relator chegava a retirar a redução de salários e jornada, no entanto reforçava a possibilidade de demissão dos servidores após a realização consecutiva de avaliações, assim como facilitava ainda mais a terceirização.
O governo queria que a Proposta fosse à votação ainda nesta quinta na Comissão para apressar o voto no Plenário, porém informações indicam que a base governista ainda não soma os 308 votos necessários para a aprovação final.
Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, reconheceu a força dos sindicatos: “Um tema como esse num momento de tanta instabilidade política e muitas arrumações que precisam ser feitas não é fácil de tramitar. São categorias que se organizam há muitos anos, com sindicatos fortes e que pressionam parlamentares em seus estados”, disse o deputado.
O objetivo dos governistas é deliberar sobre a PEC entre os dias 21 e 24 de setembro, inclusive em Sessão no Plenário. Assim, é importante ampliar as mobilizações na Capital federal, mas também a pressão nas ruas e nas redes.
Em nota publicada no jornal Correio Braziliense nessa quinta, a coordenação do Movimento a Serviço do Brasil, criado com iniciativa da Fenajufe, reiterou que Não é admissível aprovar a desestruturação do setor público “quando mais de 125 milhões de brasileiros estão em situação de insegurança alimentar e dependem do serviço público em diversas esferas”.

Manifestação em Florianópolis dá recado: Quem votar a favor da “reforma não volta
Na manhã dessa quinta-feira (16) servidores públicos de diferentes categorias tentavam estender faixa com dizeres em favor do serviço público e contra a “reforma” administrativa na lateral da Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, mas foram impedidos pela Polícia Militar de SC de acessar a parte destinada aos pedestres. Mais de dez viaturas se dirigiram ao local e, ao mesmo tempo em que afirmavam querer garantir o direito de ir e vir das pessoas, eram os policiais que atrapalhavam a passagem de pedestres e ciclistas. Diretoras e servidores do judiciário federal estavam presentes. Apesar da proibição de acessar a ponte, os manifestantes seguiram nas proximidades do local, onde estenderam outras faixas e ergueram suas bandeiras, exigindo das deputadas e deputados federais o voto NÃO à reforma. (Assista ao vídeo produzido pelo Fórum dos Servidores Públicos de SC, abaixo).
A direção do Sintrajusc convoca a categoria a continuar a pressão nas redes. Escreva mensagens aos 15 parlamentares catarinenses, marque seus nomes, curta e compartilhe as publicações do Sindicato e não se esqueça de usar as hashtags como #EnterraPEC32, “EstabilidadeCombateACorrupcao, #NãoAPEC32.
Fique atento também ao calendário de mobilizações da próxima semana e fortaleça nossa luta em defesa dos serviços públicos e direitos dos servidores. Participe!