Ministro negocia, mas silencia. PCS é nossa meta, mas só com luta

Em reunião na sexta-feira, 1° de maio, com o presidente do STF, ministro Ayres Britto, a Coordenação da Fenajufe solicitou informações sobre as negociações em torno do PL 6613/09, o PCS. Perguntado pelos Coordenadores da Fenajufe sobre o conteúdo da reunião com a presidente Dilma, o ministro respondeu que tratou de assuntos de interesses do Supremo, mas disse que não falaria sobre o conteúdo da conversa. Em relação ao PCS, o ministro afirmou, em tom otimista, que construiu um consenso entre a magistratura e os tribunais superiores em defesa do reajuste dos servidores e que tem feito conversas com o Executivo e com o Legislativo. Segundo Britto, no entanto, externar qualquer teor das tratativas neste momento não ajudaria nas negociações, já que não há nada garantido.

A aparente boa vontade do ministro – uma vez que ele não colocou nada de concreto na mesa – lembra a manifesta boa vontade do ex-ministro Cezar Peluso, que dizia estar em conversas com o então presidente Lula e deu no que deu: três anos e meio de PCS rolando em Comissões.

Nesse segundo encontro do ministro Ayres Britto com os dirigentes sindicais desde que tomou posse à frente do STF, os Coordenadores da Fenajufe falaram sobre a preocupação da categoria com a demora na votação do Plano e informaram o calendário de mobilização, aprovado na Reunião Ampliada do dia 26 de maio, que inclui o indicativo de Greve a partir de 13 de junho.

A avaliação é a de que o ministro pode querer manter discrição sobre o que ele tem conversado com a presidente. Mas a discrição tem um peso, o da indefinição sobre os rumos do nosso reajuste. Categorias do Executivo já entraram ou vão entrar em Greve (veja no verso). Na base da Fenajufe, Sindicatos estão aprovando indicativos de paralisação em dias específicos e início de Greve.

Em Santa Catarina, temos ATO/ASSEMBLEIA GERAL nesta terça-feira, 5 de junho, às 16 horas, no TRE da Capital. É hora de nos somarmos a quem já decidiu ou está decidindo se vai continuar a esperar ou se vai aumentar a pressão e mostrar que os servidores do Judiciário têm capacidade de dar resposta aos prejuízos trazidos pela falta de empenho de Peluso e, agora, da “discrição” de Ayres Britto, que está se mexendo, mas não fala em acordo garantido para aprovar e implementar o PCS. Some-se a isso o fato de o governo Dilma já ter privatizado a nossa aposentadoria e dito claramente que o reajuste é zero. O caminho é intensificar a mobilização e acompanhar os passos dados pela cúpula do Poder Judiciário, em especial pelo presidente do STF, nesse estratégico ano eleitoral.

Se você ainda não veio para a Assembleia, anote aí: metas do CNJ, saúde física e emocional alquebradas, feriados e finais de semana dedicados a processos para não baixar estatísticas, famílias e amigos “visitados” via torpedos e comentários em redes sociais, sensação de que já não pertence ao “mundo lá fora”, e sim, apenas, ao mundo do trabalho dentro dos Tribunais, Varas, Seções… Queremos você aqui fora, com os colegas, porque na luta dos trabalhadores não dá para ficar em silêncio.