Comando Nacional de Greve avalia que greve deve crescer na próxima semana

Por Marcela Cornelli

A greve dos servidores públicos federais, que teve início no último dia 10, deve crescer na próxima semana, com a adesão de novas categorias. Esta foi a avaliação do Comando Nacional Unificado de Greve, durante entrevista coletiva concedida à imprensa na tarde de ontem (12/5), na sede da Cnesf. O comando foi representado por um dirigente de cada entidade nacional das categorias que já se encontram em greve, como Condsef, Fenasps, Unafisco Sindical, Assibge e Sinasefe.

Segundo a avaliação feita pelo comando, reunindo todos os setores do funcionalismo que já estão com suas atividades paradas, ontem a greve nacional atingia cerca de 30%. No entanto, as entidades acreditam que até o final desta semana a adesão será maior, devido às assembléias que ainda acontecem nos estados.

Os representantes do comando informaram de algumas categorias que estão com greve marcada para iniciar ainda nesta semana e na próxima, como o Judiciário, o MPU, os fiscais da Previdência e os docentes das universidades federais, que devem decidir no dia 20.

O secretário-geral da Condsef, Gilberto Gomes, disse que cerca de 40% dos servidores de sua base aderiram à greve por tempo indeterminado. “Na nossa base, existe greve nos 27 estados. Então não é possível o governo dizer que não há greve no país, como ele tem dito pela imprensa”, disse. Ele informou que no Executivo a greve está mais forte no Incra, que atinge 100%, e na Funasa. Nesta quinta-feira, os funcionários do Ministério do Planejamento param seus trabalhos. “Serão os primeiros a parar na Esplanada”, completou Gilberto.

Sobre a ameaça do governo de cortar os pontos dos servidores que fizerem a paralisação, anunciada esta semana, o comando de greve afirmou que isso não vai acabar com o movimento grevista do funcionalismo. “Não vamos terminar uma greve nacional porque o governo está ameaçando cortar pontos”, disse Gilberto.

De acordo com o representante do Assibge, Paulo Dil, a greve no IBGE, que tem cerca de 8 mil funcionários, está em torno de 70%. O mesmo percentual atinge os auditores fiscais, em greve há três semanas, segundo informaram os representantes do Unafisco Sindical.

Na avaliação do vice-presidente do Andes, José Domingues Godoy, o próprio governo acaba com a Mesa Nacional de Negociação Permanente quando chama algumas categorias para negociar em separado, como aconteceu com a Fasubra. Ao final da coletiva, Gilberto, da Condsef, ressaltou: “A proposta do governo é equivocada, porque é uma proposta de aumento de gratificação de desempenho e não um aumento sobre a remuneração total. Diferentemente do que o governo fala, nós não quebramos o processo de negociação. Estamos em greve porque ele não aceita discutir as nossas reivindicações”.

Maria Lúcia Fatorelli, presidente do Unafisco, disse que servidores e governo chegaram a um impasse. “Chegamos em um limite e diante do impasse a greve é o único instrumento de pressão dos trabalhadores”, reforçou.

Fonte: FENAJUFE