Venezuela: Referendo impossível de se fraudar

O embaixador do Brasil na Organização dos Estados Americanos e chefe da missão observadora do referendo, Valter Pecly Moreira, reiterou que não existem provas de fraude eleitoral cometida por autoridades venezuelanas em todo o processo de referendo, levado a cabo no dia 15 de agosto. A conclusão está presente no relatório apresentado à Assembléia Geral da OEA. Pecly disse estar convencido de que “tecnicamente teria sido impossível manipular qualquer fase do processo” automatizado, descartando qualquer tipo de fraude.

O embaixador brasileiro relata que o Conselho Nacional Eleitora (CNE) revelou o resultado às 4h, enquanto os órgãos de observação internacional já tinham em mãos os primeiros boletins do referendo nas mãos às 19h, e os resultados foram compatíveis com os anunciados posteriormente pelo CNE. “Pode-se observar que as porcentagens não variaram em momento algum”

“O CNE confirmará nesta semana, mais tardar na sexta-feira, os dados que já sabemos, que a maioria dos venezuelanos decidiu não cassar o mandato do presidente Hugo Chávez” disse Pecly Moreira

O embaixador enfatizou que os elementos essenciais à observação internacional foram garantidos, houve liberdade de movimento de todos os observadores e acesso à informação, “Tais compromissos foram respeitados”.

A sessão extraordinária do Conselho Permanente da OEA também prevê debater hoje um projeto de resolução sobre o referendo apresentado pela Venezuela em nome de países membros da Associação Latino-americana de Integração (Aladi), formado por Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Equador, México, Paraguai, Uruguai e Venezuela.

A resolução pede que a oposição, agente da crise política da Venezuela, aceite e respeite o resultado do referendo. Além disso, estimula o fim da promoção “da violência e da intolerância, a fim de facilitar a necessária busca da reconciliação nacional”.

O documento ainda parabeniza Chávez por seu apoio à realização do referendo, e o povo venezuelano “pela conduta democrática demonstrada” no processo. Tanto a OEA como o Centro Carter certificaram a vitória de Chávez, já que seus dados não diferiam muito dos anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral venezuelano.

Chávez ganhou o referendo presidencial com 59% dos votos, contra 41% da oposição.

O representante da Venezuela na OEA, Jorge Valero, classificou o referendo como “cristalino e transparente”, e em nome de Chávez reiterou sua chamada ao diálogo “dos setores democráticos da oposição política”.

Fonte: Portal Vermelho