Suicídio no trabalho, uma mensagem brutal

Um tema que tem colocado em alerta os sindicatos é o suicídio no local de trabalho. Em outubro de 2014, a Fenajufe realizou o II Seminário Nacional sobre Saúde do Servidor e PJe (Processo Judicial Eletrônico). O destaque foi a preocupação com o aumento do assédio moral e do adoecimento dos servidores e o crescente número de casos de suicídio no Judiciário, com o agravante de que nunca é reconhecido o nexo com o trabalho. Essa realidade tem relação com os novos modelos de gestão, incluindo a implantação do Processo Judicial Eletrônico (PJe) e o estabelecimento de metas.

No âmbito internacional, em 2014, a imprensa destacou o caso da Orange-France Telecom, onde ocorreram 10 suicídios desde janeiro, face aos 11 casos registrados durante todo o ano de 2013, segundo o Observatório sobre stress e mobilidade forçada criado por sindicatos da empresa e que surgiu pouco antes do início da onda de suicídios que atingiu o grupo entre 2007 e 2009. A maioria dos suicídios “tem uma relação explícita com o trabalho”, afirmou o Observatório. Oito em cada dez suicídios relacionam-se, de fato, com a realidade laboral, segundo o jornal online francês Mediapart.

Para saber mais, vale a pena ler a entrevista “Um suicídio no trabalho é uma mensagem brutal”, com o psiquiatra, psicanalista e professor no Conservatoire National des Arts et Métiers (Paris), Christophe Dejours, que dirige o Laboratório de Psicologia do Trabalho e da Ação, uma das raras equipas no mundo que estuda a relação entre trabalho e doença mental. A entrevista está em:

http://www.publico.pt/sociedade/noticia/um-suicidio-no-trabalho-e-uma-mensagem-brutal-1420732