Sindicatos retomam mobilização contra a reforma da Previdência

Com o fim das festas, os Sindicatos estão retomando a mobilização contra a reforma da Previdência, prevista para votação na Câmara dos Deputados na primeira semana depois do Carnaval (19 de fevereiro). Os partidos da base aliada de Michel Temer elegeram a apreciação da proposta (PEC 287/16) como o principal tema em análise no Plenário em 2018.

Neste início de ano, o governo também voltou à carga com a proposta de reduzir o quadro de pessoal, inicialmente das estatais, em mais 17 mil funcionários até dezembro. Estão sendo trabalhados 12 programas de desligamento voluntário (PDVs). Enquanto isso, a imprensa, que continua a campanha em defesa da reforma da Previdência bancada com recursos público e contra os servidores, divulga que está havendo uma  “retomada da economia”. A base de tal afirmação são os dados do IBGE que evidenciam um aumento de praticamente 100% no número de pessoas que recorreram ao mercado informal de venda de marmitas nas ruas no terceiro trimestre de 2017 em relação ao mesmo período de 2016.  A “geração” de empregos é, na verdade, uma faceta do drama vivido por quem não encontra trabalho formal e precisa busca alguma fonte de renda na informalidade.

Mobilização

No ano passado, as greves gerais, as mobilizações dos trabalhadores e o medo dos deputados de não conseguirem se reeleger pesaram mais do que os milhões liberados pelo governo na tentativa de comprar os 308 votos para aprovar a reforma. Os trabalhadores do Judiciário Federal fizeram a sua parte: participaram de todas as mobilizações, tanto das específicas convocadas pelos Sindicatos como daquelas organizadas com as demais entidades. Em 5 de dezembro, diante da ameaça do governo de pautar a reforma em Plenário no final do ano, os servidores do Judiciário Federal fizeram Ato Conjunto no centro de Florianópolis.

A mobilização ao longo de 2017 mostrou que a força dos trabalhadores lutando em unidade supera e as barreiras mais difíceis. Vencemos uma batalha importante, mas a guerra ainda está em andamento. Temer e seus aliados tentarão aprovar a reforma no início logo depois do Carnaval, e estaremos prontos para seguir a mobilização e impedir que roubem nossa aposentadoria.

Foto: Greve do dia 5 de dezembro