Servidores federais farão marcha em Brasília por reajuste

Servidores públicos federais decidiram, depois de discutir um calendário unificado de manifestações nos estados, agendar uma marcha à Brasília para o dia 26 de março com o objetivo de pressionar o Governo a não adiar acordos salariais mesmo com os cortes realizados no Orçamento da União para compensar perdas com a arrecadação da Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF).
 
Segundo Josemilton Costa, representante da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), os manifestantes pretendem neste dia ser recebidos em audiência pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, em busca de uma solução.
 
“Se por acaso houver qualquer recuo do governo, na plenária logo depois da marcha, nós estaremos deliberando um calendário de mobilização, que está aí, pautando inclusive a greve se for preciso fazer”, disse Josemilton Costa. A Condsef representa 70% dos servidores do Executivo.
 
A Condsef informou que pelo menos 28 categorias com acordos e compromissos firmados com o Ministério do Planejamento estão aguardando uma posição do governo com relação aos reajustes salariais a partir do contingenciamento do Orçamento. Pelos cálculos apresentados, esses aumentos consumiriam R$ 6 bilhões em 2008, mas a Comissão Mista de Orçamento só disponibilizou até o momento R$ 3,4 bilhões.
 
Intranqüilidade
Neste final de semana, 180 delegados sindicais estiveram reunidos em Brasília, discutindo os problemas que, segundo eles, levam intranqüilidade às diversas categorias funcionais. No entanto, sabem que, sem Orçamento, o governo não pode fazer nada.
 
Os servidores decidiram fazer encaminhamento às assembléias estaduais descartando a possibilidade de preparar greves setoriais, como vinha sendo ameaçado na semana passada. Eles vão aguardar até o dia 26 de março para adotar uma posição mais radical – de deflagração da greve.
 
Uma das estratégias do governo é protelar ao máximo a implantação dos reajustes, ganhando alguns meses em 2008 e projetando muitos outros acordos para implantação a partir de 2009, quando se espera que o impasse orçamentário resultante do fim da CPMF já tenha sido superado.
(Fonte: Condsef)