PEC 37 é rejeitada na Câmara em meio a protestos que não param

O que era polêmico ficou quase unânime na Câmara diante da onda de protestos que se alastrou pelo país e que não pára. Na noite da terça-feira (25), 430 deputados votaram pela rejeição da PEC 37, a proposta de emenda constitucional que retirava do Ministério Público o poder de investigação, e apenas nove se posicionaram a favor da matéria. Dois parlamentares se abstiveram.

O arquivamento da proposta é uma das reivindicações que vêm sendo levadas às ruas nos protestos que eclodiram pelo país a partir da luta contra o aumento das passagens em São Paulo e no Rio. A PEC 37 tinha grande apoio no Congresso, tanto na base aliada do governo quanto na oposição encabeçada pelo PSDB/DEM. Também era defendida pela grande maioria de prefeitos e governadores.

Favelas e periferia

A votação às pressas na Câmara faz parte da tentativa de frear as manifestações, que, na terça-feira, continuavam dando sinais de vitalidade. Enquanto os parlamentares votavam, protestos aconteciam no Rio, São Paulo, Florianópolis, dentre outras cidades do país. As manifestações que já haviam avançado para municípios do interior agora começaram a atingir áreas periféricas ou favelas de São Paulo e Rio.

Na capital fluminense, uma passeata saiu da favela da Rocinha, na Zona Sul, e se dirigiu à rua onde mora o governador do estado, Sérgio Cabral Filho (PSDB). Policiais militares cercaram a rua e impediram que os manifestantes completassem o percurso.  No mesmo dia no Rio, uma plenária do movimento reuniu em torno de quatro mil pessoas na praça em frente ao Instituto de Filosofia da UFRJ, no centro da cidade.

Os participantes aprovaram realizar um ato público na Central do Brasil, próximo à Secretaria Estadual de Segurança, em protesto contra a ação da Polícia Militar no complexo de favelas da Maré, após uma manifestação na região. O Bope teria matado oito pessoas em seguida à morte de um sargento da corporação. De acordo com o jornal “O Globo”, em dois casos a polícia admite que as vítimas são moradores sem envolvimento com o crime. Há denúncias, no entanto, de que ao todo 13 pessoas morreram – o que não foi ainda confirmado – e de que a polícia agiu por vingança e executou pessoas. A plenária também aprovou novo ato geral no Rio para quinta-feira (27), com concentração na Candelária às 16 horas.

Luta Fenajufe Notícias

Por Hélcio Duarte Filho