“Nenhum direito a menos”: leia carta do MST sobre o 23 de maio

DIA 23 DE MAIO – MOBILIZAÇAO DOS TRABALHADORES

Caros amigos e amigas do MST,

A unificação de movimentos populares, organizações sindicais e estudantis de todo o país para construir uma Jornada de Luta no dia 23 de maio, aponta que há uma retomada das mobilizações da classe trabalhadora. Desde o Plebiscito Popular contra a Alca, em 2002, não se conseguia unificar tantas forças políticas, movimentos e organizações em torno de um mesmo objetivo.
A Plenária Nacional da Assembléia Popular em novembro de 2006 foi o ponto de partida para a construção de um calendário comum de lutas, apontando, desde então, a necessidade de se construir uma jornada nacional em maio de 2007.
Da mesma forma, no dia 25 de março desse ano, um Encontro Nacional Contra as Reformas, que reuniu mais de 6 mil militantes de esquerda de mais de 20 estados do país e cerca de 630 organizações, reafirmou a necessidade de organizar uma pauta unificada para o enfrentamento a política neoliberal do governo federal.
Apesar das diferenças táticas e estratégicas existentes entre as diversas forças de esquerda que se mobilizam em torno do dia 23, construir uma agenda comum de reivindicações demonstra um sinal de maturidade. E mais do que isso, indica que há um grande clima de insatisfação que se abate sobre a classe trabalhadora e a impulsiona a lutar por mudanças.
O fato é que essas mudanças somente poderão ser alcançadas com um planejamento conjunto, capaz de superar a fragmentação das forças sociais que vem ocorrendo desde a primeira posse de Lula em 2003. Mas principalmente, com lutas concretas. É chegada a hora de “botar o bloco” na rua. Parar fábricas, fechar estradas e ocupar o latifúndio.
“Nenhum direito a menos” será a principal palavra de ordem de uma pauta que rejeita as tentativas de reforma previdenciária e trabalhista, a limitação ao direito de greve dos servidores públicos. Mas haverão outras: “Por reforma agrária”; “Por moradia urbana”; “Por emprego e salário digno”; “Contra a criminalização dos movimentos sociais”; “Contra a política econômica do governo federal”, entre muitas outras que certamente serão proclamadas nas ruas das cidades, no campo e nas fábricas de todo o país.
Em torno dessas e outras bandeiras, foi possível unificar a Intersindial, a Conlutas e a CUT na área sindical, as amplas articulações como a Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) e a Assembléia Popular, incorporando as principais organizações e movimentos nacionais como o MST, a UNE e a Conam.
O MST compreende que esse é um momento ímpar para o povo brasileiro, e por isso, empunha sua bandeira ao lado de tantas outras, na perspectiva de lutar por uma sociedade mais justa e mais fraterna.

Reforma Agrária: Por Justiça Social e Soberania Popular!

Direção Nacional do MST