Após saudação dos parlamentares e de entidades parceiras, painel de conjuntura abriu os debates do 12º Congrejufe. Nas palestras a secretária nacional de políticas sociais e direitos humanos da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Jandyra Uehara; o professor de sociologia da Universidade Federal da Bahia, Rogério Ferreira Lustosa; e o chefe de gabinete do deputado Patrus Ananias (PT-MG), Eugênio Pasqualini. O Sintrajusc está representado no congresso por 12 servidores e servidoras eleitos em Assembleia Geral dia 11 de março.
Os painelistas protagonizaram a mesa com o tema “As correntes que moldam o mundo: conjuntura nacional e internacional na luta da categoria”. Compuseram a mesa diretora a coordenadora Paula Meniconi e o coordenador Paulo José da Silva.
Em manifestação ao plenário, Paula Meniconi ressaltou a importância da união e da luta conjunta contra o sequestro do orçamento do judiciário pela magistratura. Segundo ela, essa união só é válida se a categoria “caminhar de mãos dadas”.
Paulo José aproveitou o momento para defender que “política sindical não deve abandonar o servidor público”. Ele reforçou que os(as) dirigentes precisam ter atuação constante no Congresso Nacional para buscar apoio e garantir êxito nas pautas da categoria.
Direitos da classe trabalhadora
Entrando no tema, Jandyra Uehara inicia sua fala afirmando que os servidores públicos são o segmento cuja missão é assegurar os direitos do conjunto da classe trabalhadora como saúde, educação e o acesso à justiça – mas, para assegurar esses direitos, enfrentam situações muito adversas. “Somos trabalhadores e trabalhadoras de um Estado burguês que existe para assegurar os privilégios, a propriedade e negócios de uma classe dominante, que é o capitalismo”, aponta.
Crise estrutural do capital
Já o professor Rogério Ferreira Lustosa iniciou sua fala afirmando que “o mundo atual não está para amadores”. A cada dia surge uma crise nova, gerando um quadro de imprevisibilidade muito significativa sobre o que acontecerá no dia seguinte. O estudioso afirmou que antes de pensar “como o Brasil está” e quais são as tarefas do movimento sindical, é preciso avaliar que o Brasil está dentro de um contexto internacional, que não pode ser explicado apenas pelas recentes medidas de Trump sobre taxação. Ainda de acordo com Lustosa, “para entender o mundo de hoje, é necessário compreender a existência de uma crise estrutural do capital”.
Fim do mundo polarizado pós-segunda guerra mundial
Em sua apresentação inicial, o professor Eugênio Pasqualini afirmou que o debate de conjuntura internacional é bastante acirrado. Pasqualini relembrou a fala do professor Rogério quando disse que para falar de conjuntura atual é preciso entender o “fim do mundo polarizado pós-segunda guerra mundial”.
Ele explica que a crise das instituições multilaterais, como Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional (FMI), Organização das Nações Unidas (ONU) e outras organizações que mediavam, de certa forma, essa crise ou garantiam a governança por mais de 80 anos, acabou. Esse modelo que veio depois da guerra fria, segundo ele, não existe mais.