Estudo mostra redução do nível de segurança do trabalho

As empresas reduziram seus índices de qualidade nas áreas de saúde e segurança do trabalho. É o que aponta a 11ª Pesquisa Nacional sobre Saúde e Segurança no Trabalho, organizada pelo Anuário Brasileiro de Proteção. Conforme o estudo, a atuação do governo federal no segmento de prevenção e segurança no trabalho vem decrescendo desde 2003. “Como acidentado do trabalho, esperávamos que o presidente Lula fosse mais sensível a essas questões, mas os números mostram o contrário”, afirmou Alexandre Gusmão, coordenador do levantamento.
A pesquisa ouviu técnicos, engenheiros, médicos e outros profissionais ligados à área, com a aplicação de 25 mil questionários e 15.878 e-mails. Um total de 1.155 profissionais retornou os questionários com as respostas. Na questão sobre a atuação do governo no setor prevencionista, 51,04% dos entrevistados disseram ser negativa e 40,89% enquadraram o governo Lula como regular. Quando perguntados sobre a atuação das Delegacias Regionais do Trabalho (DRTs), 38,31% entenderam que é negativa, outros 43,09% disseram ser regular e apenas 18,59% a conceituaram como positiva. A fiscalização do Ministério do Trabalho em relação à legislação prevencionista foi considerada negativa por 45,26% dos entrevistados. “Não houve um incremento nas ações de prevenção, mas um foco na regularização das carteiras de trabalho e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço”, avaliou Gusmão. Quando perguntados sobre a situação das empresas na área de prevenção, 63,52% dos profissionais respondeu que é boa. Na edição do ano passado, esse número era de 65,37%.
A atuação das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (Cipas) foi severamente criticada pelos que responderam ao questionário. Dos 1.155 que retornaram as perguntas formuladas, 35,06% entendem que é ruim ou péssimo o desempenho das Cipass e 48,95% dizem que é regular. Em 2004, o Rio Grande do Sul ocupou a quarta posição em acidentes de trabalho no país, com 2.196.635 registros e um total de 152 mortes.

Fonte: Sintrajufe/RS, com informações do jornal Correio do Povo