Bancários denunciam pressões dos banqueiros e governo

Por Imprensa

A greve dos bancários continua sem solução, completando hoje 25 dias. Os banqueiros continuam intransigentes e se recusam a negociar uma saída para o impasse.

Segundo informações da CNB (Confederação Nacional dos Bancários), a Executiva Nacional da categoria já tentou reabrir as negociações com a Fenaban por duas vezes e o presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Vantuil Abdala, por mais duas vezes. As quatro tentativas fracassaram. Segundo a CNB, a justificativa foi a “falta de condições financeiras para um reajuste maior”.

“Poderiam usar qualquer argumento para manter a proposta, menos falta de condições. Somente nos primeiros seis meses deste ano os dez maiores bancos lucraram R$ 11,6 bilhões. Eles precisam ser mais criativos para inventar desculpas”, comentou Vagner Freitas, presidente da CNB/CUT e coordenador da Executiva Nacional.

Na opinião da CNB, a intransigência da Fenaban está encontrando o respaldo da Justiça e do governo. Para a Confederação, os banqueiros têm recorrido à Justiça Cível para conseguir liminares que atrapalham a greve dos bancários e com base nesses instrumentos, chamam a polícia que acaba reprimindo os grevistas e sindicalistas. “Aqui em São Paulo nossa greve só não foi inviabilizada graças à disposição dos bancários de continuar a luta. A polícia tem usado toda a sua violência e a Justiça tem sido uma ótima aliada dos banqueiros”, afirmou Vagner.

A CNB avalia que no governo também não falta disposição para esvaziar a greve dos bancários. Responsável pelos bancos federais, o governo se nega a avançar na pauta de reivindicações específicas deste funcionalismo, que já foi muito penalizado durante os oito anos da era FHC. “Além de não negociar, as direções dos bancos públicos estão exercendo violenta pressão sobre seus funcionários, em telefonemas ameaçadores para suas casas, com assédio moral diário para forçá-los a voltar ao trabalho”, lamentou o dirigente.

Fonte: CNB/CUT