Agente de segurança salva servidora

 

Era começo da tarde de 23 de maio. O agente de segurança Leonel da Silva estava na frente do cartório eleitoral da Vila Jacuí (ZE 398), em São Paulo, quando ouviu gritos vindos da cozinha do cartório.
      Leonel correu até lá e viu uma servidora deitada no chão quase sem respiração. Ela havia engasgado e tinha as vias respiratórias obstruídas. “As outras colegas estavam desesperadas, pois a vítima se debatia muito”, conta Leonel.
      Ele diz que primeiro tentou, com os dedos, retirar o que a engasgava. Como não surtia resultado, o agente a levantou, se posicionou atrás da servidora e comprimiu o seu diafragma (região que fica a quatro dedos acima do umbigo). Segundo Leonel, o ato de comprimir o abdômen de uma vítima de engasgamento se chama manobra de Heimlich.
      Para desespero de todos, a manobra também não deu resultado, o que fez com que o agente de segurança voltasse a tentar a livrar as vias respiratórias da mulher com os dedos, porém sem sucesso. “Cheguei a machucar a garganta dela”, lembra.
      “Eu fiquei desesperado, pois ela já estava desfalecida. Levantei a servidora novamente e, com toda força, fiz compressão abdominal, e finalmente tive sucesso”. Depois que voltou a respirar a servidora foi levada para o Pronto Socorro Tide Setúbal, onde foi medicada. Toda a operação de salvamento durou aproximadamente 4 minutos.
      Semanas antes, curiosamente, Leonel da Silva havia lido um manual de primeiros-socorros e sobre métodos de salvamento em vítimas de engasgo. Antes disso, ele tinha feito o curso de primeiros-socorros, dado aos agentes de segurança. “Isso foi fundamental para salvá-la”, afirma.
      Leonel da Silva tem 52 anos e diz que esse foi um dos momentos mais tensos de sua vida: “Ter uma vida em sua mão é uma situação difícil”.
      Segundo o diretor de base do Sintrajud e também agente de segurança, Luiz Fernando Pasin, o Gaúcho, o treinamento e aperfeiçoamento são muito importantes. “Nesse caso, por exemplo, se não fosse a agilidade e versatilidade dele, a moça corria sérios riscos de morte”.
      Pasin ainda complementa: “Quanto maior o treinamento, maior será a prestação do serviço. E por isso queremos ser treinados e capacitados sempre, de preferência por instituições públicas, que valorizem o servidor”.

Fonte: Sintrajud