A negociação entre os presidentes dos dois poderes da República acontecerá no 57º dia da greve nacional da categoria, iniciada em 6 de maio em 10 estados do país. Pararam antes os servidores do Amazonas (3) e Mato Grosso (5), enquanto outras 11 unidades da federação aderiram depois. Hoje são 22 Estados em greve em prol do PCS 4.
Na última semana a greve ganhou destaque na mídia nacional, escrita e televisiva. Os Jornais O Estado de São Paulo, Folha de São Paulo, O Globo, Valor Econômico, Gazeta Mercantil e Correio Brasiliense foram alguns dos jornais de grande circulação que veicularam a notícia da greve, todos destacando os efeitos deletérios das paralisações e condenando a postura do Governo em não solucionar o impasse, seja por má vontade ou por incompetência.
A confirmação da reunião – já desmarcada por duas vezes – foi dada por um assessor do Planalto, na noite de quarta-feira (30), ao servidor Antônio Melquíades, da Justiça Federal de SP e dirigente da federação nacional (Fenajufe). Depois, pouco antes da meia-noite, foi incluída na agenda do presidente divulgada no portal do Planalto na internet. Até o final da tarde da quarta-feira, embora marcada, a reunião ainda não havia sido confirmada pelo presidente a sua assessoria.
Na terça-feira (29), Lula recebeu representantes do Comando Estadual de Greve de São Paulo, durante visita dele à capital paulista. Fez isso após cerca de oito horas de protesto marcado pelo barulho das vuvuzelas (cornetas) e apitos. Na conversa com os grevistas, Lula confirmou que a reunião ocorreria nesta quinta, embora tenha alegado desconhecer o que estaria em pauta. Informado pelos servidores sobre aspectos do PCS-4 e do impasse orçamentário, disse que convocaria o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, para participar.
A direção da Fenajufe protocolou, no dia seguinte, um pedido para que representantes da categoria possam participar. Aos servidores em São Paulo, Lula havia dito que não se oporia a essa participação.
Até por volta das 22 horas de quarta, no entanto, não havia chegado à federação resposta sobre a solicitação.
Embora haja uma grande expectativa com relação à reunião, integrantes do Comando Nacional de Greve alertam para a necessidade de que, quaisquer que sejam os resultados dela, os servidores se mantenham unidos na paralisação nacional. A avaliação do resultado da negociação e a definição dos próximos passos dessa luta devem ser feitas coletivamente pela categoria.